31 dezembro, 2006
27 dezembro, 2006
O ano que vem
20 dezembro, 2006
Mais uma para a colecção
«Não acredito que Pinto da Costa tenha festejado uma derrota de Portugal» (Madail)
Ora bem... Acusações feitas pelo Ministério Público a Jorge Nuno Pinto da Costa:
" Fortes indícios da prática de:
- 3 crimes de Corrupção Desportiva Activa (relativo aos jogos FCP-Estrela Amadora, Nacional-Benfica, Beira-Mar-FCP)
- 1 Crime de Falsificação de Documento Agravado sob a forma de cumplicidade (relativo a manobras de classificação do árbitro que apitou a final da Supertaça entre FCP e U. Leiria)
- 3 Crimes de Tráfico de Influência Activa (relativo aos casos Deco, processo disciplinar de PC e caso José Mourinho)
Resultam indícios, mas não fortes, da prática de:
- 1 Crime de Corrupção Desportiva Activa (relativo ao jogo FCP-Nacional)
- 3 Crimes de Abuso de Poder sob Forma de Instigação (relativo aos jogos FCP-Maia, Sp. Braga-FCP e FCP-U. Leiria)"
Todavia nada importa mais a Gilberto Madaíl a não ser a possibilidade de Pinto da Costa ter celebrado a vitória da selecção grega no Euro 2004. Haverá crime maior do que não gostar da selecção nacional de futebol?
Sensatez de ouro
Pelo menos em Direito, tudo passa pela lógica filosófica. Por mais ou menos burro que se seja, quem não sabe como pensar, nunca saberá pensar minimamente.
02 dezembro, 2006
Floribella ou a inocência perdida
"Numa casa portuguesa fica bem / pão e vinho sobre a mesa. E se à porta humildemente bate alguém, / senta-se à mesa co'a gente.Fica bem essa fraqueza, fica bem, / que o povo nunca a desmente. A alegria da pobreza está nesta grande riqueza de dar, e ficar contente.".
"No conforto pobrezinho do meu lar, / há fartura de carinho. A cortina da janela e o luar, / mais o sol que gosta dela...Basta pouco, poucochinho p'ra alegrar / uma existéncia singela...É só amor, pão e vinho e um caldo verde, verdinho a fumegar na tijela.".
Ora, adaptando este conteúdo à realidade actual e transformando-o numa canção infantil, temos a música mais conhecida da Floribella. Não disponho de dados que o provem, mas se for verdade que uma cultura ancestral se pode inscrever no código genético, é bem possível que seja relativamente fácil às gerações hodiernas aceitar esta música como sua. E mesmo que assim não seja, as crianças de hoje convivem com avós (e mesmo com os pais), tios-avós...enfim, tudo gente que esteve imersa nesse culto da pobreza conformada e que é compensada com generosidade e com a riqueza espiritual.
Talvez tudo isto esteja errado...e as crianças aceitem a música simplesmente graças a uma máquina publicitária poderosíssima que opera nos bastidores da flores coloridas da Floribella. As estratégias de manipulação de um público vulnerável e, simultâneamente, exigente como é o infantil, são perversas e incutem no espírito de integração social das crianças a competição. O que quero dizer com isto é que a publicidade está vocacionada para a forma como os indivíduos se integram, segredando-lhes ao inconsciente "Não compras, não és aceite...não tens, não vingas". Ou seja: o mote é o medo do isolamento, numa sociedade individualista e solitária como é aquela que temos. É a sociedade dos prédios que são jaulas, das relações precárias, da competição selvática, do predador de hoje que é a presa de amanhã, das inseguranças e das incertezas. Cada vez mais, os indivíduos se apercebem de que a aceitação social significa possuir meios cada vez mais estilizados e específicos que permitam a sobrevivência no tecido social.
É isto que a máquina publicitária da Floribella tem feito, vendendo roupas, discos e gadgets. Manipula um público vulnerável que, por sua vez e à sua maneira, persuade um público adulto que frequentemente cede aos seus caprichos. Talvez valesse a pena que a sociedade fosse informada dos meios usados pela publicidade para atingir o fim de uma compra certa; a consciência crítica poderia evitar o consumo selvagem que a publicidade propicia e os seus efeitos perversos.